Rei-Trovador já tem rosto: Medicina Legal reconstitui face de D. Dinis
A primeira reconstrução científica do rosto de um monarca português foi feita com a colaboração do INMLCF. Um projeto inédito, coroado de êxito.
O estudo do ADN do Rei ainda não está totalmente terminado. © Emerson Coutinho | StopMotion
A reconstrução do rosto do monarca resulta do cruzamento de informação científica de várias disciplinas. Desde logo a Antropologia Forense, que estudou exaustivamente o esqueleto do Rei e que confirmou, entre outros dados, a sua idade à morte (63 anos) e desvendou a sua estatura (aproximadamente 165 cm), assim como a sua provável afinidade populacional europeia.
O excelente estado de preservação do crânio permitiu uma digitalização completa que esteve na base da reconstrução. Mas outros traços fenotípicos foram obtidos através de análises genéticas da responsabilidade do Serviço de Genética e Biologia Forense da Delegação do Sul do INMLCF.
É o caso da cor dos olhos, da tonalidade do cabelo e da pele, assim como as afinidades populacionais. O Rei era europeu, tinha olhos azuis, uma tez clara e um cabelo igualmente claro. O estudo do ADN do Rei ainda não está totalmente terminado, aguardando-se os resultados do ADN mitocondrial. Também o Serviço de Química e Toxicologia Forense teve um papel importante na análise dos vestígios biológicos do Rei, tendo investigado restos de cabelo e de uma unha. As análises revelaram-se negativos para o arsénio, chumbo e mercúrio."
O Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses conseguiu determinar, com precisão, algumas características do rosto do Rei D. Dinis, 700 anos após a sua morte como a tonalidade do cabelo, a cor da pele e dos olhos que tinha na fase final da sua vida.
O INMLCF foi o primeiro instituto a obter resultados satisfatórios na extração de ADN, graças ao uso de equipamentos modernos de sequenciação genética.
A revelação do rosto de D. Dinis coroa com êxito a colaboração solicitada à Medicina Legal, parceira neste projeto.