ONU assinala Dia para a Eliminação da Discriminação Racial
O tema deste ano é "Mitigando e combatendo o populismo nacionalista e as ideologias supremacistas".
Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial
A Organização para as Nações Unidas (ONU) assinala, esta quinta-feira, o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial.
A data foi instituída há 50 anos, em 1969, praticamente em paralelo com a entrada em vigor da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todos as Formas de Discriminação, assinalando aquele que ficou conhecido como o Massacre de Sharpeville, ocorrido na cidade de Joanesburgo, África do Sul, a 21 de março de 1960.
Nesse dia cerca de 20.000 pessoas protestavam pacificamente contra a chamada Lei do Passe, que obrigava a população negra da África do Sul a ser portadora de um cartão com identificação dos locais onde era permitida a sua circulação. Apesar de ser uma manifestação pacífica, a polícia do regime apartheid disparou sobre a multidão desarmada, fazendo 69 mortos e 186 feridos.
Em memória ao massacre, todos os anos a data é assinalada escolhendo-se um tema de destaque relacionado com o racismo. Em 2019 o tema é “Mitigando e combatendo o populismo nacionalista e as ideologias supremacistas”.
Com a escolha deste ano, a ONU pretende alertar para a existência de movimentos extremistas racistas baseados em ideologias, que buscam promover agendas populistas e nacionalistas, que se espalham em várias partes do mundo.
“Combater o racismo é uma questão de dignidade humana e de construção de um mundo melhor”, considera a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
Audrey Azulay lembra que “a defesa da diversidade, da inclusão, da não-discriminação e de uma cultura da paz e da solidariedade sempre estiveram no cerne da missão da Unesco.”
Numa mensagem especial sobre este dia, a representante alerta que a internet pode ser um "terreno fértil" para propagar a discriminação racial, a xenofobia e as ideologias supremacistas, "cujos alvos são frequentemente os migrantes, os refugiados ou ainda os afrodescendentes”.