Reclusos têm acesso mais facilitado a cuidados de saúde
Com este protocolo haverá uma resposta mais eficaz para os presos doentes, com equipas médicas especializadas nas cadeias
Com vista ao tratamento dos reclusos, através de vários acordos recentemente estabelecidos entre a Saúde e Justiça, começa-se a pôr em prática uma ligação mais estreita entre os hospitais e estabelecimentos prisionais da mesma região, para que médicos especialistas e equipas próprias se desloquem junto dos reclusos para os consultarem e acompanharem na luta contra as infeções.
«Foi dada prioridade às doenças infetocontagiosas até pela repercussão que têm em meio prisional», explica a Secretária de Estado Adjunta e de Justiça, Helena Mesquita Ribeiro.
O objetivo final será atribuir a todos um médico de família que lhes prestará os cuidados de saúde primários. Trabalha-se para que no futuro todos os reclusos tenham um acesso mais facilitado ao Serviço Nacional de Saúde em todas as suas valências.
Na região do Porto, onde os médicos do Hospital de S. João se têm deslocado ao estabelecimento Prisional de Custóias (masculino) e de Santa Cruz do Bispo (feminino), 68 pessoas infetadas, de um total de 85, já foram tratadas.
A população prisional tem tido um número de reclusos com doenças infeciosas estável, nos últimos anos, com cerca de 10% de infetados dos mais de 13 mil reclusos (ver tabela).
Reclusos em Portugal com VIH, VHB e VHC em 2017 (dados da DGRSP):
- VIH - Virus da Imunodeficiência Humana
Total de reclusos infetados: 601
Percentagem em relação ao total da população prisional: 4,51% - VHB - Vírus da Hepatite B
Total de reclusos infetados: 262
Percentagem em relação ao total da população prisional: 1,97% - VHC - Vírus da Hepatite C
Total de reclusos infetados: 1364
Percentagem em relação ao total da população prisional: 10,24%
É também dada atenção à medicina preventiva: Ao entrar num estabelecimento prisional um recluso faz uma avaliação da sua saúde e rastreio de problemas, sendo-lhe disponibilizadas as vacinas da gripe, tétano e hepatite B, entre outros cuidados médicos.